Me perdoem... (RC)

Ontem não consegui abrir a internet… só funcionava o Skype… hoje está um pouquinho melhor.
E hoje, quando abri a página do ESPOSA EXPATRIADA, achei – sinceramente – muito forte as duas IMAGENS DE LUTO que deixei ali... sobre o XIQUINHO... meu ESQUILINHO...
Muitos devem ter se assustado, ou pensado algo pior, ou achado o POST ou as imagens até de mal gosto.
Então, este POST é para fazer uma auto-analise do acontecido, pois ainda ao olhar para o muro do vizinho não consigo deixar de pensar no bichinho.
A MORTE não foi só do bicho, mas de algumas das minhas convicções.
Se bem que não tenho muitas "convicções" pois meus pensamentos estão sempre em movimento e em crescente movimento, eu diria.
Mas pensei na morte de algumas questões, algumas esperanças, algumas desesperanças.
Me perdorem os leitores se parceço triste. Não estou.
Mas é que me deparei com algo que eu já sabia: não posso tudo, sou inoperante, sim, muitas vezes! e não posso impedir o inevitavel, não adianta gritar quando o outro teima em fingir que não escuta. Ou quando a gente grita em ingles ou portugues e o interlocutor só entende tailandes! Outras vezes a gente conversa na mesma lingua e parece que estamos sim, falando em linguas totalmente diferentes.
As vezes, mesmo falando a mesma lingua vemos que a "linguagem" é diferente, e dai surge uma briga, uma luta, que nem estávamos esperando. 
Exupery, meu amado escritor de "O Pequeno Principe" dizia "as palavras são uma linguagem de maus entendidos"...

No caso do Xiquinho, por exemplo, ele veio até a minha porta, um dia. Eu o acolhi e por segurança dele e nossa achei melhor engaiola-lo. Comprei-lhe uma gaiola, e depois outra, maior. Sempre pensando nele. Um dia, quando achei que ele precisava "ir" soltei-o. Mas o mantive perto, seguindo com o amor e o alimento de todos os dias. Mas ele não sabia ou não podia com tamanha liberdade, e um cão pequenino, mas malvado, o abocanhou, não obstante eu "estar lá", bem na hora! gritando! mas nada podendo fazer! Foi a força da Natureza, eu sei. E essa mesma força da Natureza todos nós temos. E é isso que me assusta. Já falei aqui no BLOG sobre isso, antes... quando contei a história do escorpião que queria atravessar o rio...   
Não adiantava eu "desejar" algo para ele, e fazer tudo que eu dispunha para ajuda-lo nesse caminho livre, pois "ele" somente "ele" poderia decidir, ir e vir, e arrsicar-se a encontrar um cão danado, ou pessoas - mais pessoas - que o amassem.



Então, a minha dor – que para muitos pode ter parecido desmensurada – não era uma dor rasa, mas funda, profunda.
Era uma dor sobre todas as coisas.
Uma dor pelo que a vida toda tentei fazer e não consegui cumprir, uma dor de cansaço, uma dor de inoperancia - pior: de desistência. E não sou mulher de desistir!
Mas um dia é preciso interromper aquilo que antes te parecia importante e único, pois o resultado, pelo caminho tortuoso da própria vida, nunca chegou e nunca chegará. Não por falta de esforço, mas por falta de parceiro (pois certas caminhadas e certos assuntos são feitos em duplas ou em grupos - as vezes quadrilhas! rsrsrs).
Não, não estou falando do meu casamento. Ele vai muito bem, obrigada.
Mas quando um dia, decidi não mais tentar sobre um caminho que não mais quis tomar, fui repreendida, como se nunca pudesse parar. Mas eu parei. A vida me parou. Me fez parar de ajudar aquele que não quer ser ajudado, não quer ser reparado, não quer uma amizade sincera e/ou para quem o amor é beijo e abraço, enquanto para mim ele - o amor - é muito mais que isso: é, inclusive, a coragem para parar.
Do que eu estou falando? 
Estou divagando.
Me perdoem mais uma vez. 
Talvez esteja desabafando. Só isso. 
(RC)

6 comentários

  1. Oi, Renata. Entendi tudinho, também precisei fazer um post que achei que era "sobre nada" e caiu bem pra muitas pessoas. Seu lamento é o de ser humano. A gente passa a vida acreditando e desacreditando em N coisas, não se desgaste. E nem se preocupe com os demais, (no sentido de que você é você e ponto; não no sentido de ser indiferente), pois nunca se é uma unanimidade.
    Se lhe serve de ajuda, comigo anda funcionando primeiro fazer um rascunho, se estou no auge do sentimento, e só depois publico. Às vezes, nem publico...
    Fica bem, arranje outro animalzinho pra alegrar sua casa e seus filhos, e pronto! C'ést la vie!

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  2. Renata, quanto à sua nova enquete, não tenho como responder...
    Conheci você através de um comentário seu no meu blog! Peguei seu link e vim "correndo" conhecê-la, adorando, "de cara"! Bj
    (Você é uma das 3 ou 4 pessoas que chegaram a mim, e não eu que cheguei a eles - o que é maioria. Por isso tem um lugar especial, pra mim. afinal, você "me achou", leu-me, gostou e voltou! Isso é bom demais!)Bj

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  3. Lucia! Ontem estive no seu BLOG! Deixei lá um comentário! Justamente no POST "sobre nada"... sintonia! Bjs! e Obrigada, sempre!
    Ah! Quanto a ENQUETE, para vc vale anotar "atraves de um outro site/blog/link" pois o SEU BLOG é outro blog, certo? Vou adicionar a palavra BLOG e vou adicionar ´´outros´´. Bjs!

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  4. Que delicia! Ann! Sou super urbana, mas adoro os bichinhos as plantinhas... a natureza cruda!
    Quanto a minha "divida" ela sera paga esta semana que entra, OK? Bjka!

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  5. Que dó! Mais triste ainda porque você já tinha um carinho especial por ele, né? Aqui tem muitos esquilos mas eles correm quando a gente se aproxima. Muito lindo o fato de ele ter aparecido na sua porta. A natureza segue um curso muito estranho e às vezes cruel. Beijo, bom fim de semana

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Autor Desconhecido
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François Fénelon